No mundo moderno, onde a pornografia é louvada, escancarada e até institucionalizada, falar sobre sexo ainda é tabu, proibido, feio, sujo e pecaminoso.
Sim, muitos ainda acreditam que o sexo é apenas para a reprodução da espécie e qualquer coisa fora desse escopo é inaceitável.
Vários nomes menos valorosos são utilizados para denominar o ato: vulgaridade, sacanagem, safadeza, putaria, entre outros ainda piores.
Não se fala sobre sexo, mesmo entre casais que praticam!
Muitas vezes, eles apenas fazem de forma automatizada e até sem vontade.
Consequentemente, sem carinho, sem presença e sem conexão.
E nem falo de amor e suas vertentes romantizadas, falo de sexo, o prazer pelo prazer, pura e simplesmente.
O ser humano acredita que sabe fazer sexo, mas, a grande maioria, nem tem ideia do que é realmente fazer sexo.
Sabe apenas o ato mecanizado da reprodução, fundamentado em instintos naturais.
A boa notícia é que fazer sexo é uma arte e felizmente pode ser aprendida!
Porém, essa arte do amor, cantada em prosa e verso é proeza para poucos. E ousados!
Apesar da promiscuidade vigente ensinada nos filmes pornográficos, onde a grande maioria de nós ainda hoje aprende sobre sexualidade, tabus ainda são tabus.
A falsa moralidade que impera em nossa sociedade, impacta diretamente a qualidade do sexo, dos relacionamentos e, sim, destrói impiedosamente vidas.
Calar-se ainda é o mais indicado, verdades sexuais ainda são mal vistas socialmente.
A moralidade hipócrita nos obriga a olhar para nossa própria sexualidade apenas através de uma tela onde terceiros representam pantomimas não executáveis por meros mortais.
Decepção e frustração é o que grande parte dos casais encontram na vida real.
Pessoas não fazem sexo
Encenam!
Fingem!
A comunicação é inexistente, a vergonha impera, o medo da rejeição se sobressai, os desejos verdadeiros são ocultados embaixo de muitas camadas de repressão, e aí temos o mais comum: masturbação a dois.
Sem conexão não há sexo
Sexo de qualidade requer conexão, comunicação, presença, confiança e entrega.
Olhar nos olhos e realmente enxergar o outro. Enxergar a si mesmo no outro.
Reverenciar a si e ao outro.
A dança do êxtase é um exercício dos sentidos, sem exatamente um início, e sobretudo, sem pressa… E sem fim!
Mas essa dança ritualística do sexo e do êxtase requer muito mais que dois corpos, requer duas almas em profunda conexão e reverência.
Fora isso, são apenas animais em copula com fins reprodutivos.